Os empreendimentos em estudo eliminarão 27 km de corredeiras, causando umpacto irreversível para fauna de peixes, turismo e irrigação.
Quatro empreendimentos hidrelétricos estão previstos para a bacia do rio Claro (Fazenda Salto, Varginha, Rio Claro e Caxuana II), com potencial de geração de 48,30 MW. O empreendimento com projeto básico já aprovado pela ANEEL e licenciamento ambiental em análise é o da PCH Fazenda Salto, com potencial de geração de 14 MW.
“Se instaladas as Pequenas Centrais Hidrelétricas previstas na foz do rio Claro, estas irão competir pela água da bacia com toda a agricultura irrigada instalada a montante, correspondente a uma área aproximada de 19.693 hectares.”
Apesar das PCH’s não consumirem água, a geração de energia só é possível se uma determinada quantidade de água chegar até o eixo da barragem. Por isso, se o consumo de água é intenso a montante da área de construção da PCH, o risco de que esta seja prejudicada é alto, caso do rio Claro.
O conflito pelo uso da água já está presente na bacia, entre a irrigação de culturas e o abastecimento público. Segundo o cálculo da disponibilidade hídrica, caso forem outorgados os usos pela Usina Uberaba - produção de cana-de-açucar - e Codau - abastecimento público de Uberaba - uma área de 938,3 hectares de área agrícola ficará sem água para irrigação, situação que se agravará com a entrada de novas PCHs.
Se instaladas as Pequenas Centrais Hidrelétricas previstas na foz do rio Claro, estas irão competir pela água da bacia com toda a agricultura irrigada instalada a montante, correspondente a uma área aproximada de 19.693 hectares.
Levando‐se em conta a cumulatividade e sinergia dos impactos dos quatro empreendimentos hidrelétricos em estudo, estes serão significativos para a fauna de peixes, pois, juntos, eliminam 27 km de corredeiras. Esse trecho do rio comporta a migração de peixes em médias distâncias, além de possuir habitats específicos que abrigam espécies, por vezes endêmicas, dependentes de rios com alta velocidade da água.